Perfil nosológico dos pacientes acometidos por doença renal crônica, acompanhados no Serviço Ubaense de Nefrologia/INAF de Ubá, Polo Microrregional de Saúde na Zona da Mata de Minas Gerais.
Palavras-chave:
Envelhecimento, Diabetes, Hipertensão, Doença renal crônica.Resumo
Introdução:Hábitos de vida ealgumas doenças contribuem para o prognóstico desfavorável da doença renal crônica (DRC). Objetivos: Delinear o perfil nosológico de pacientes portadores de DRC acompanhados no Instituto de Nefrologia Antônio Frederico Ozanam (INAF) na cidade de Ubá/MG. Métodos: Tratou-se de um estudo do tipo transversal retrospectivo, com pacientes atendidos por equipe multidisciplinar do INAF na rede assistencial do SUS. Resultados: Foram considerados elegíveis72 voluntários, a idade média foi de 65,1+16,3, o IMC médio 26,4+4,7 kg/m2, a grande maioria n=45 possuíam apenas o primeiro grau incompleto, 53 eram aposentados, a renda per capita média inferior à um salário, quanto a raça 60% se autodeclaram pardos e negros. 54,2% possuíam hipertensão arterial (HAS), 4,2% diabetes mellitus (DM) e 36,1% HAS e DM associados à DRC.Discussão:HAS e DM foram as doenças mais prevalentes na amostra estudada, o que favorece o aumento da incidência da DRC de forma secundária. O envelhecimento, escolaridade, renda, raça são fatores que podem influenciar de forma direta no prognóstico desfavorável da DRC. Conclusão: Estimular estratégias eficazes que visem melhorar a qualidade de vida através de mudanças comportamentais torna-se primordial nessa população, para reduzir a progressão da DRC e das comorbidades associadas, diminuindo o risco de complicações e óbitos precoces.
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