USO INDISCRIMINADO DE RITALINA PARA CRIANÇAS DE 4 A 7 ANOS DE IDADE COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Autores

  • Thiago Antônio Ferreira Discente do Curso de Medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, Ubá, Minas Gerais, Brasil.
  • Isadora Luiza Sicupira Discente do Curso de Medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, Ubá, Minas Gerais, Brasil.
  • Isadora Ribeiro Rangel Maia Discente do Curso de Medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, Ubá, Minas Gerais, Brasil.
  • Roberta Maria Teixeira Silva Discente do Curso de Medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, Ubá, Minas Gerais, Brasil.
  • Gisele Aparecida Fófano Docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho – UNIFAGOC, Ubá, MG, Brasil.

Palavras-chave:

TDAH. Metilfenidato. Criança. Comportamento Infantil.

Resumo

Introdução: O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é o desfecho da convergência de fatores ambientais, sociais e genéticos. O diagnóstico é essencialmente clínico e para seu tratamento é necessária uma múltipla intercessão abrangendo as áreas psicoterapêuticas e farmacológicas. Objetivo: analisar, desenvolver e pontuar as evidências e esclarecimentos acerca dos efeitos do uso indiscriminado do metilfenidato no comportamento de crianças entre 4 a 7 anos de idade com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Metodologia: trata-se de uma revisão sistemática nas seguintes bases de dados, Scielo, UpToDate e PubMed, com artigos publicados entre 2009 e 2019. Foram selecionados estudos que avaliaram os benefícios, riscos, danos, e uso indiscriminado do Metilfenidato em crianças de 4 a 7 anos de idade com diagnósticos de TDAH no Brasil. Resultados: Foram selecionados 7 artigos integralmente. A partir disso, percebe-se que a discriminação pela sociedade é um fator precipitante do uso do metilfenidato de maneira indiscriminada em crianças que não são legalmente diagnosticadas. Principalmente se combinada com a falta de paciência dos pais de crianças com TDAH. Embora traga benefícios para a memória, o rendimento e o comportamento, pode trazer alterações neurobiológicas a longo prazo. Conclusão: Não há muitos estudos com esta população sobre o uso indiscriminado do Metilfenidato, quando na verdade esta seria uma discussão bastante pertinente visto que tanto a sociedade quanto os pais parecem confundir crianças normais com crianças com TDAH deixando aos médicos especialistas um diagnóstico difícil, agravado por uma necessidade paterna e materna de melhorar seu filho.

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Publicado

01-11-2021