O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOESTIMULANTES SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Autores

  • Marina dos Santos Pires Faculdade Governador Ozanam Coelho - FAGOC
  • Aureanny De Paula Dias Faculdade Governador Ozanam Coelho - FAGOC
  • Danúbia Cristina Lopes Pinto Faculdade Governador Ozanam Coelho - FAGOC
  • Patrícia Guimarães Gonçalves Faculdade Governador Ozanam Coelho - FAGOC
  • Wellington Segheto Faculdade Governador Ozanam Coelho - FAGOC

Palavras-chave:

Metilfenidato, venvanse, uso de anfetaminas por estudantes de medicina.

Resumo

Introdução: Os fármacos estimulantes do sistema nervoso central como anfetaminas, dextroanfetaminas e metilfenidato são usados principalmente no tratamento do transtorno do déficit da atenção e hiperatividade (TDAH). Devido à sua ação, esses fármacos são considerados potencializadores do desempenho cognitivo, e por isso podem ser indiscriminadamente usados por trabalhadores e estudantes que objetivam melhorar suas performances. Objetivo: Determinar a utilização de medicamentos psicoestimulantes, sem necessidade médica nos estudantes de Medicina da Faculdade Governador Ozanam Coelho (FAGOC) de Ubá-MG. Métodos: Será aplicado um questionário baseado em Carneiro et al. (2013) aos alunos do 1º ao 8º período. Resultados: 99 (52,94%) estudantes fazem uso de alguma substância psicostimulante, sendo a ritalina a mais usada pelos alunos (56,56%). 76,76% (76 alunos) utilizam sem prescrição médica, sendo a maioria (68,42%) homens. A maioria (66,66%) começou a fazer uso durante a faculdade e 88,1% faz uso nas vésperas de prova. 84,21% dos alunos aumentaram a concentração com o uso das substâncias, mas cerca de 69,73% apresentaram efeitos colaterais e destes apenas 37,73% suspenderam o uso após tal acontecimento; 10,52% não souberam afirmar se sentiam cansaço após o uso da substância; 17,10% relataram ter que aumentar a dose inicial e 52,62% afirmaram ter melhorado o rendimento escolar. Conclusão: Os dados obtidos através desse trabalho confirmam a hipótese de que o consumo de substâncias psicoestimulantes sem prescrição médica está presente, e que o curso de medicina é um fator de risco, talvez pela facilidade ao acesso à droga ou pelo conhecimento de seu mecanismo de ação.

Referências

Ayala EE, Roseman D, Winseman JS, Mason HRC. Prevalence, perceptions, and consequences of substance use in medical students. Medical Education Online 2017; 22(1): 1392824.

Barkley RA, McMurray MB, Edelbrock CS et al. Side Effects of Methylphenidate in Children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder: a Systemic Placebo-controlled Evaluation. Pediatrics 1990; 86(2): 184-92.

Bennett FC, Brown RT, Craver J, Anderson D. Stimulant Medication for the Child with Attention-Deficit/hyperactivity Disorder; Pediatric Clinics North America 1999; 46:929-44.

Cardoso ARPA. Utilização de psicoestimulantes por estudantes de medicina. Coimbra. Tese [Mestrado Integrado em Medicina] – Faculty of Medicine of the University of Coimbra FMUC; 2010.

Carneiro SG, Prado AST, Moura HC, Strapasson JF, Rabelo NF, Ribeiro TT, Jesus EC. O uso não prescrito de metilfenidato entre acadêmicos de Medicina. Cad. UnoFOA Ciências da Saúde e Biológicas 2013 Mai; 1:53-59.

Cesar ELR, Wagner GA, Castaldelli-Maia JM, Silveira CM , Andrade AG, Oliveira LG. Uso prescrito de cloridrato de metilfenidato e correlatos entre estudantes universitários brasileiros. Rev Psiq Clín. 2012; 39(6):183-8.

Cruz TCSC, Junior EPSB, Gama MLM, Maia LCM, Filho MJM, Neto OM, Coutinho DM. Uso não-prescrito de metilfenidato entre estudantes de medicina da universidade federal da Bahia. Gaz. méd. Bahia 2011 Jan-Jun ;81(1):3-6.

Fallah G, Moudi S, Hamidia A, Bijani A. Stimulant use in medical students and residents requires more careful attention. Caspian J Intern Med 2018; 9(1): 87-91.

Finger G, Silva ER, Falavigna A. Use of methylphenidate among medical students: a systematic review. Rev Assoc Méd Bras 2013; 59(3):285–289.

Itaborahy C, Ortega F. O metifenidato no Brasil: uma década de publicações. Ciência & Saúde Coletiva 2013; 18(3): 803-816.

Klein-Schwartz W. Abuse and Toxicity of Methylphenidate. Curr Opin Pediatr 2002; 14(2): 219-23.

Lage DC, Gonçalves DF, Gonçalves GO, Ruback, OR, Motta, PG, Valadão AF. Uso de metilfenidato pela população acadêmica: revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR 2015;10(3): 31-9.

Maciel JMMP, Ramos AGB. Uso não prescrito de cloridrato de metilfenidato entre estudantes universitários. Revista de Pesquisa Interdisciplinar 2017 Set; edição especial (2): 514 – 524.

Morgan HL, Petry AF, Licks PAK, Ballester AO, Teixeira KN, Dumith SC. Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes de Medicina de uma Universidade do Extremo Sul do Brasil: Prevalência, Motivação e Efeitos Percebidos. Revista Brasileira de Educação Médica 2017; 41 (1): 102-109.

Nawaz H, Khan AA, Bukhari S. Use of psychoactive drugs among medical undergraduates in Abbottabad. J Ayub Med Coll Abbottabad 2017;29(4):599-603.

Newcorn JH, Schulz K, Harrison M, et al. Alfa-2 Adrenergic Agonists. Pediatr Clin North Am 1998; 45(5): 1099-22.

Pasquini N C, Uso de metilfenidato (MFD) por estudantes universitários com intuito de ‘’turbinar” o cérebro. Rev. Biol. Farm 2013 Ago; 9(2):107-113.

Pastura G, Mattos P. Efeitos colaterais do metilfenidato. Revisão de Literatura. Revista de Psiquiatria Clínica 2004; 31: 100–104.

Sebastián EGR, Alfonso RCD. Prevalencia de consumo de sustancias psicoestimulantes y factores asociados, para aumentar el rendimiento académico, en estudiantes de primero a décimo nivel de la facultad de medicina de la pontificia universidad católica del ecuador desde noviembre de 2013 a enero de 2014 [Dissertação]. Quito: Pontificia Universidad Católica del Ecuador; 2014.

Silva Júnior DS, Costa KS, Silva DS, Teles FD, Marcolino MMV, Schneid JL. Prevalência do uso de metilfenidato entre acadêmicos de medicina do centro universitário UNIRG- Tocantins. Rev. Cereus dezembro 2016; 8 (3): 172-188.

Silveira VI, Oliveira RJF, Caixeta MR, Andrade BBP, Siqueira RGL, Santos GB. Uso de psicoestimulantes por acadêmicos de medicina de uma universidade do Sul de Minas Gerais. Rev Univ Vale Rio Verde 2015; 13(2):186-192.

Smart RG, Hughes PH, Johnston LD, Anumonye A, Khant U, Medinamora ME, et al. (1980). A methodology for students drug-use survey. World Health Organization. Geneva.

Teixeira M. Notícia preliminar sobre uma tendência contemporânea: o “aperfeiçoamento cognitivo”, do ponto de vista da pesquisa em neurociências. Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental 2007, 10:495–503.

Teter CJ, McCabe SE LaGrange K, Cranford JA, Boyd CJ. Illicit use of specific prescription stimulants among college students: prevalence, motives, and routes of administration. Pharmacotherapy 2006 26:1501-1510.

Tockus D, Gonçalves PS. Detecção do uso de drogas de abuso por estudantes de medicina de uma universidade privada. J Bras Psiquiatr 2008; 57(3):184-7.

Urrego MA, Orozco LA, Montoya LB, Soto LIB, Carmona DV, Castrillón JJC, Rocha BCC, López JCS, Sandoval KST. Consumo de anfetaminas, para mejorar rendimento académico, en estudiantes de la Universidad de Manizales, 2008. Arch Med Manizales 2009; 9(1): 43-57.

Publicado

26-12-2018

Edição

Seção

Artigos Originais