A VIVÊNCIA DOS TRAVESTIS EM ESCOLAS E NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: uma análise bibliográfica do período 2011-2015

Autores

  • Ana Larissa Alencar Santana Universidade de Fortaleza - Universidade

DOI:

https://doi.org/10.61224/2525-488X.2016.105

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre a vivência dos travestis nas escolas e no ensino superior brasileiro por meio de levantamento bibliográfico de artigos publicados na Internet no período de 2011 a 2015 no Brasil, por meio da ferramenta Google Acadêmico, além de outros embasamentos teóricos como as obras de Foucault (1987, 1989, 2002, 2009). São destacados especificamente seis casos abordados em pesquisas mais aprofundadas, tratando-se tanto de professores quanto de alunos que passaram ou ainda estão na escola ou universidade, sofrendo ou não preconceitos por falta de conhecimento ou medo dos demais entes que compõem o universo estudantil. O que se conclui, previamente, é que, apesar de existir uma considerável discussão sobre o assunto, na prática permanece um pacto de silêncio em decorrência do poder instalado na sociedade pelo que é considerado “normal” na lógica binária de “homem” ou “mulher”, não existindo outras possibilidades de corpos. O artigo traz a possibilidade de discutir o tema de corpos, identidade e gênero, a partir da concepção de que, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos todos devem ser respeitados e têm direito à educação, além de trazer esclarecimentos sobre um assunto tão complexo para algumas pessoas.

Biografia do Autor

  • Ana Larissa Alencar Santana, Universidade de Fortaleza - Universidade

    Doutoranda em Educação pela Universidade Nacional de La Plata
    Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo e Bacharel em Contabilidade pela Universidade Federal do Ceará
    Professora da Universidade de Fortaleza; Coach e Analista Comportamental pelo Instituto Brasileiro de Coaching

Referências

ALVES, C. E. R. Travestis e transexuais na escola:

ressonâncias do uso do nome social na Rede Municipal

de Educação de Belo Horizonte. Anais eletrônicos do 10º

Seminário Internacional Fazendo Gênero: desafios atuais

do feminismo. Florianópolis, 2013.

ANDRADE, L. N. Travesti: a negação da escola e da vida.

III Seminário Nacional de Educação, Diversidade Sexual e

Direitos Humanos (Anais Eletrônicos), 2014, Vitória.

CASTELLAN, B. T. et al. Entre filmes, conversas e textos:

reflexões sobre corpo, gênero e sexualidade a partir de

encontros de um grupo de licenciandos/as e professores/

as da educação básica. In: II Seminário Nacional de

Educação, Diversidade Sexual e Direitos Humanos (Anais

Eletrônicos), 2014, Vitória.

CAVALCANTI, M. P. H. Gênero, educação e diversidade:

sociabilidade das travestis nos ambientes educacionais

da cidade de Maceió. 2011. In: XI Congresso Luso Afro

Brasileiro de Ciências Sociais: Diversidades e (Des)

Igualdades. UFBA: Salvador, 2011.

CRUZ, E. F. Banheiros, travestis, relações de gênero e

diferenças no cotidiano da escola. Revista de Psicologia

Política, v. 11. n. 21, São Paulo, 2011.

DANILIAUSKAS, M. (2011). Relações de gênero,

diversidade sexual e políticas públicas de educação:

uma análise do programa Brasil sem homofobia. 161

f. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação da

Universidade de São Paulo. USP: São Paulo, 2011.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da

Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro

de 1948. Disponível na Biblioteca Virtual de Direitos

Humanos da Universidade de São Paulo:

direitoshumanos.usp.br>.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso – aula inaugural no

Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de

São Paulo: Edições Loyola, 2009.

________. Os anormais: curso no Collège de France

(Tradução de Eduardo Brandão). São Paulo: Martins

Fontes, 2002.

________. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal,

________. Vigiar e punir: nascimento da prisão.

Petrópolis-RJ: Vozes, 1987.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São

Paulo: Atlas, 1999.

JUNQUEIRA, R. D. Pedagogia do armário e currículo em

ação: heteronormatividade, heterossexismo e homofobia

no cotidiano escolar. In: Richard Miskolci; Larissa Pelúcio.

(Orgs.). Discursos fora da ordem: sexualidades, saberes e

direitos. São Paulo: Annablume, 2012, v., p. 277-305.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. São Paulo:

Hucitec,1993.

PAMPLONA, R. S.; DINIS, N. F. ‘Encontrando Bianca’:

discursos midiáticos sobre o corpo-travesti. Pró-Posições

(UNICAMP. Impresso), v. 25, p. 217-236, 2014.

PELÚCIO, L. Abjeção e desejo: uma etnografia travesti

sobre o modelo preventivo de AIDS. São Paulo:

Annablume/Fapesp, 2009.

PERES, W. S. Travestis: corpos nômades, sexualidades

multiplas e direitos políticos. In: SOUZA, Luís Antonio

Franscisco; SABATINE, Thiago Teixeira Sabatine;

MAGALHÃES, Bóris Ribeiro de Magalhães. (Orgs.). Michel

Foucault: sexualidade, corpo e direito. 1. ed. Marilia:

Oficina Universitária; Cultura Acadêmica, 2011, v. 1, p.

-104.

REIDEL, M. A pedagogia do salto alto: histórias de

professoras transexuais e travestis na Educação brasileira.

Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação, programa

de pós-graduação em educação. Universidade Federal do

Rio Grande do Sul, Porto Alegre, BR-RS, 2013, 162 f.

RODRIGUES, J. R. et al. O trabalho de travestis e seus impertinentes

desafios aos estudantes de pedagogia: uma

aproximação a partir do documentário “retratos”. In: III

Seminário Nacional de Educação, Diversidade Sexual e

Direitos Humanos (Anais Eletrônicos), 2014, Vitória.

SANTOS, D. B. C. Para se pensar sobre a experiência

transexual na escola: algumas cenas. Revista de Estudos

Gays, v. 6, p. 147-172, 2012.

SANTOS, S. P.; CASTELLAN, B. T. Corpos dissidentes no

espaço escolar: normalizações e assujeitamentos. Revista

de Ensino de Biologia da Associação Brasileira de Ensino

de Biologia (SBEnBio), v. 7, p. 6789-6801, 2014.

SANTOS, A. S.; SANTOS, Rodrigo M, S. Memórias de

trajetórias escolares de travestis. Revista de Educação,

Gestão e Sociedade, v. 01, p. 01-11, 2011.

SILVA, A. F. O corpo travesti e suas marcas no currículo

escolar. In: Fazendo Gênero 10: desafios atuais dos

feminismos. Florianópolis: UFSC, 2013.

SOUZA, D.; FREITAS, C. Entre subversões e convenções:

resistência às normas da sexualidade e duas escolas de

RevistaSalvador. In: III Seminário Nacional Gênero e Práticas

Culturais: olhares diversos sobre a diferença, João Pessoa-

PB, 2011.

TORRES, M. A. Docência, transexualidades e

travestilidades: a emergência Rede Trans Educ Brasil.In:

ª Reunião Nacional da ANPEd, 2013, Goiânia. Anais

da 36ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-

Graduação e Pesquisa em Educação-ANPED. Sistema

Nacional de Educação e Participação Popular: Desafios

para as Políticas Educacionais. Rio de Janeiro: ANPED,

v. 01. p. 15-00.

TORRES, M. A.; PRADO, M. A. M. Professoras transexuais

e travestis no contexto escolar: entre estabelecidos e

outsiders. Educação e Realidade, v. 39, p. 201-220, 2014.

Publicado

2016-08-05